A algum tempo atrás eu fui convidado para participar de uma noite de oração com um grupo de jovens de uma determinada igreja. Devo confessar que não sou muito fã de alguns tipos de oração em grupo. Não que eu não goste de orar em grupo. Na verdade quase que semanalmente eu me reuno com algumas pessoas para compartilharmos o que Deus tem feito e falado nas nossas vidas e nessas reuniões tiramos um bom tempo só para orarmos. Mas prefiro fazer isso com pessoas que eu já tenho uma boa afinidade, pois desta maneira é quase nula a possibilidade de eu ser surpreendido por alguma bizarrice "espiritual demais", tipo: mato pegando fogo, exclamações do tipo "ESTOU VENDO UM ANJO ALI!!!", pessoas rodopiando no chão, urros, gritos, mais barulho que oração, etc. Contudo, como eu conheço a denominação que me convidou e sabia que o nível de bizarrices provavelmente seria bem reduzido eu acabei concordando de participar.

Depois de uma boa viagem de carro e uma longa e demorada escalada noturna a um monte (sim, um monte... eu realmente não entendo a gana que alguns tem por orar em montes e montanhas, mas deixarei esses comentários para outra ocasião) finalmente chegamos ao lugar determinado para orarmos. Sinceramente falando não rolou nada de novo nem nada que eu já não tivesse observado em outras reuniões de oração em grupo. Assim que chegamos algumas pessoas se separaram, cada um ficando no seu canto para orar sozinho. Depois de um tempo o grupo se reuniu para orarem por alguns propósitos específicos (sempre aparecia um porta-voz que recebia uma direção de Deus para orar por uma determinada causa). Nisto tinha uma roda formada onde uma pessoa ia até o centro e começava a orar para que os outros concordassem com a oração dela. Mas, infelizmente os que estavam ao redor não ficavam apenas concordando. Ficavam orando tão ou mais alto do que a pessoa que estava ao centro que mal era possível saber qual era o assunto principal da oração.

Não sou nenhum expert em orações. Muito pelo contrário. Eu oro muito menos do que eu gostaria de orar e, com certeza, tendo em vista a atual situação da Igreja e do mundo, oro muito menos ainda do que Deus gostaria que eu orasse. Porém, têm algumas coisas que acho meio óbvias sobre o que deve ou que não deve acontecer em uma oração coletiva, e é isso que eu gostaria de brevemente expor aqui.

Primeiramente gostaria de dizer que eu não vejo propósito nenhum quando, em um momento de oração em grupo, as pessoas se espalham, cada um para o seu canto, e ficam orando individualmente. Se for fazer isso então por que marcar com um grupo de pessoas para orarem com você? Ore na sua casa, no seu quarto, no seu aposento, sei lá. Não há a menor necessidade de chamar mais pessoas para fazer parte da sua oração individual. O grande lance da oração coletiva é justamente termos comunhão com Deus e com as outras pessoas para, desta maneira, aprendermos a pensar no coletivo e tirar os olhos dos nossos pedidos egocêntricos. Se cremos que o mesmo Espírito que habita em mim habita no irmão que está me acompanhando em oração então devo crer também que é este Espírito que apontará a direção que deve ser tomada na oração. Por isso, creio que dificilmente o Espírito guiará as nossas orações em direção a nós mesmos, como indivíduos. O foco quase sempre será visando o coletivo, o Corpo, as necessidades da Igreja e do mundo, não as minhas. Deixemos o nosso foco no coletivo. E se alguém tem alguma necessidade mais individual, e isso todos nós temos, deixe para orar em sua própria casa e sozinho ou compartilhe com os irmãos que estão orando junto com você. Evite ao máximo se afastar dos irmãos para fazer orações individuais quando o foco é orar em grupo.

Ainda levando em consideração o fato de que o mesmo Espírito que habita em nós é quem deve apontar para qual direção a oração deve fluir, então se torna extremamente necessário que aprendamos a ouví-Lo. É nas horas que começa uma reunião de oração ou uma vigília que eu percebo que o conselho de Tiago para que todo homem esteja pronto para ouvir mas tardio para falar (Tg 1: 19) não é levado muito a sério por nós. Quando começa uma reunião de oração garanto que não da nem 30 segundos para que os irmãos mais pentecostais levantem a voz e comecem a clamar e orar em alto e bom som. Estamos muito mal acostumados com o fato que o Espírito Santo tem poder para guiar as nossas orações. Não damos um tempo em silêncio para, primeiro, esvaziarmos as nossas mentes das nossas preocupações e, segundo, para ouvirmos o que Deus quer que seja orado. Acabamos orando aquilo que está em nosso coração, sem nos importarmos com o que está no coração de Deus. Algumas vezes acontece de um irmão ou outro propor um motivo específico para a oração. Contudo, na maioria das vezes é possível notar que o pedido de um irmão não tem nada a ver com o de outro, e assim sucessivamente. Ou seja, a impressão que fica é que se esta direção veio realmente de Deus então Ele está meio confuso e não sabe exatamente sobre o que nós devemos orar. As orações não se conectam, não se encaixam e não se complementam simplesmente porque não ouvimos Deus! Vários são os exemplos bíblicos que mostram que em momentos de crise Deus procura o homem para expor seus sentimentos. Basta uma boa analisada nos livros proféticos para vermos Deus revelando o seu coração a pessoas específicas. Mas hoje parece que pouco nos importamos com isso. Acredito que nenhuma reunião de oração deveria começar sem antes estarmos em silêncio e permanecermos assim até que nossa mente se aquiete das preocupações, nossos corações se acalmem para que, finalmente, nós possamos ouvir de Deus sobre os anseios dEle e não os nossos.

Só mais uma coisa para finalizar. Os dois problemas que eu relatei acima (orações individuais e a ausência do silêncio para ouvir Deus) são coisas que acontecem porque a maioria de nós não estamos acostumados com isso. É por falta de prática que muitas vezes não fazemos dessas coisas um costume nas nossas reuniões de oração. Mas tem um problema que eu vejo em algumas reuniões que eu não classifico como falta de costume, mas sim como falta de bom senso e de respeito mesmo. Não consigo classificar como outra coisa o fato de alguém levantar a voz para orar e as outras pessoas, ao invés de prestarem atenção no que está sendo orado, preferem ficar gritando, berrando ou falando em línguas a tal ponto que fica impossível ouvir o que o outro está orando. Esta é a junção dos dois problemas que relatei anteriormente. Deus pode muito bem usar a oração de alguém para falar com o seu povo, mas somos tão individualistas e nos preocupamos tanto com nós mesmos que muitas vezes não demonstramos nem um pingo de atenção a oração dos nossos irmãos. Não estou dizendo que você deve ficar mudo. Você pode muito bem estar em concordância com a oração do seu irmão. Mas para isso é necessário ouvir a oração dele. Por isso, amados, tenhamos um pouco mais de bom senso para que as nossas reuniões de oração sejam prazerosas e agradáveis, não um show de horror, bizarrices e falta de respeito.

Pensem nisso.


Autor: Claudio Neto




Que me perdoem os ávidos telespectadores do Big Brother Brasil (BBB), produzido e organizado pela nossa distinta Rede Globo, mas conseguimos chegar ao fundo do poço...A décima primeira(está indo longe!) edição do BBB é uma síntese do que há de pior na TV brasileira. Chega a ser difícil, encontrar as palavras adequadas para qualificar tamanho atentado à nossa modesta inteligência.

Dizem que Roma, um dos maiores impérios que o mundo conheceu, teve seu fim marcado pela depravação dos valores morais do seu povo, principalmente pela banalização do sexo. O BBB 11 é a pura e suprema banalização do sexo. Impossível assistir, ver este programa ao lado dos filhos. Gays, lésbicas, heteros... todos na mesma casa, a casa dos “heróis”, como são chamados por Pedro Bial. Não tenho nada contra gays, acho que cada um faz da vida o que quer, mas sou contra safadeza ao vivo na TV, seja entre homossexuais ou heterosexuais. O BBB 11 é a realidade em busca do IBOPE..

Veja como Pedro Bial tratou os participantes do BBB 11. Ele prometeu um “zoológico humano divertido” . Não sei se será divertido, mas parece bem variado na sua mistura de clichês e figuras típicas.

Se entendi corretamente as apresentações, são 15 os “animais” do “zoológico”: o judeu tarado, o gay afeminado, a dentista gostosa, o negro com suingue, a nerd tímida, a gostosa com bundão, a “não sou piranha mas não sou santa”, o modelo Mr. Maringá, a lésbica convicta, a DJ intelectual, o carioca marrento, o maquiador drag-queen e a PM que gosta de apanhar (essa é para acabar!!!).

Pergunto-me, por exemplo, como um jornalista, documentarista e escritor como Pedro Bial que, faça-se justiça, cobriu a Queda do Muro de Berlim, se submete a ser apresentador de um programa desse nível.

Em um e-mail que recebi há pouco tempo, Bial escreve maravilhosamente bem sobre a perda do humorista Bussunda referindo-se à pena de se morrer tão cedo.
Eu gostaria de perguntar se ele não pensa que esse programa é a morte da cultura, de valores e princípios, da moral, da ética e da dignidade.

Outro dia, durante o intervalo de uma programação da Globo, um outro repórter acéfalo do BBB disse que, para ganhar o prêmio de um milhão e meio de reais, um Big Brother tem um caminho árduo pela frente, chamando-os de heróis. Caminho árduo? Heróis?

São esses nossos exemplos de heróis?

Caminho árduo para mim é aquele percorrido por milhões de brasileiros, profissionais da saúde, professores da rede pública (aliás, todos os professores), carteiros, lixeiros e tantos outros trabalhadores incansáveis que, diariamente, passam horas exercendo suas funções com dedicação, competência e amor, quase sempre mal remunerados..

Heróis, são milhares de brasileiros que sequer têm um prato de comida por dia e um colchão decente para dormir e conseguem sobreviver a isso, todo santo dia.

Heróis, são crianças e adultos que lutam contra doenças complicadíssimas porque não tiveram chance de ter uma vida mais saudável e digna.

Heróis, são inúmeras pessoas, entidades sociais e beneficentes, ONGs, voluntários, igrejas e hospitais que se dedicam ao cuidado de carentes, doentes e necessitados (vamos lembrar de nossa eterna heroína, Zilda Arns).

Heróis, são aqueles que, apesar de ganharem um salário mínimo, pagam suas contas, restando apenas dezesseis reais para alimentação, como mostrado em outra reportagem apresentada meses atrás pela própria Rede Globo.

O Big Brother Brasil não é um programa cultural, nem educativo, não acrescenta informações e conhecimentos intelectuais aos telespectadores, nem aos participantes, e não há qualquer outro estímulo como, por exemplo, o incentivo ao esporte, à música, à criatividade ou ao ensino de conceitos como valor, ética, trabalho e moral.

E ai vem algum psicólogo de vanguarda e me diz que o BBB ajuda a "entender o comportamento humano". Ah, tenha dó!!!

Veja o que está por de tra$$$$$$$$$$$$$$$$ do BBB: José Neumani da Rádio Jovem Pan, fez um cálculo de que se vinte e nove milhões de pessoas ligarem a cada paredão, com o custo da ligação a trinta centavos, a Rede Globo e a Telefônica arrecadam oito milhões e setecentos mil reais. Eu vou repetir: oito milhões e setecentos mil reais a cada paredão.

Já imaginaram quanto poderia ser feito com essa quantia se fosse dedicada a programas de inclusão social, moradia, alimentação, ensino e saúde de muitos brasileiros?

(Poderia ser feito mais de 520 casas populares; ou comprar mais de 5.000 computadores!)

Essas palavras não são de revolta ou protesto, mas de vergonha e indignação, por ver tamanha aberração ter milhões de telespectadores.

Em vez de assistir ao BBB, que tal ler um livro, um poema de Mário Quintana ou de Neruda ou qualquer outra coisa..., ir ao cinema..., estudar.... , ouvir boa música..., cuidar das flores e jardins... ,telefonar para um amigo... , visitar os avós... , pescar..., brincar com as crianças... , namorar... ou simplesmente dormir.

Assistir ao BBB é ajudar a Globo a ganhar rios de dinheiro e destruir o que ainda resta dos valores sobre os quais foi construído nossa sociedade.


Fonte: Index Reformado
Via: Bereianos


Cada pardal é um indivíduo diferente de todos os outros. O algo especial criado por Deus naquele pardar é produto de todas as circunstâncias especiais que entraram na produção dele. A maioria de nós quase não percebe a singularidade dos pardais. Saímo-nos melhor no caso dos seres humanos. O fato de você ser o que é envolve um universo. E se o fato de você ser o que é for obra de deus, então uma infinidade de eventos passou pelas suas mãos. Foi a habilidade dEle que formou você a partir do padrão genético de seus ancestrais, a cultura do seu tempo e o conjunto de relacionamentos que o cercam. Isso não significa negar que se seus ancestrais tivessem sido mais temperados, seus mais mais sábios, seus professores mais conscientes e seus colegas de escola mais gente, você teria sido uma pessoa melhor do que é. No entanto, do jeito que você é, Deus fez você. E a suprema perrogativa da arte divina é tirar o bem do mal. Não um bem maior, não. Nós não ajudamos a Deus para que Ele produza coisas melhores oferecendo-lhe materiais piores. Mas aquilo que Ele cria é sempre um bem único. Você é você, e não há uma pessoa exatamente igual a você. Os defeitos, assim como as vantagens do seu contexto, entraram na composição da mistura.


Autor: Austin Farrel
Fonte: A biblioteca de C. S. Lewis
Via: Cinco Solas



O Evangelho é pautado pelo amor.

Claro que poderíamos escrever um livro sobre esse assunto. Sem amor, o que seria de nós? Com amor, tudo foi feito por Deus. Pelo amor, obediente, exercido na prática, Nosso Senhor Jesus Cristo se entregou pelos nossos pecados lá na cruz do Calvário. Tudo isso sabemos.

O que muitas vezes pode nos inquietar é a real dimensão desse amor. Incondicional, segundo a Palavra de Deus, é o amor que o Senhor sente por nós, pecadores. E nos exorta a fazer o mesmo, vez que devemos imitar a Cristo em tudo. Amor que se dedica aos outros, sempre em obediência à vontade do Pai.

Um momento. Paremos na seguinte frase, que acabei de lançar: “amor que se dedica aos outros”. Até que ponto fazemos isso?

Muitos, ao ingressarem na carreira cristã, se vêem confrontados em “espalhar” a mensagem do Evangelho. Só que falta, por vezes, um preparo adequado, ou conhecimento bíblico suficiente para responder a questões lançadas por incrédulos, ou mesmo modos de abordar. Qual a primeira alternativa que muitos têm em mente para falar de Cristo ao incrédulo? Distribuição de folhetos. Tanto é que em muitas reuniões para “estratégias de evangelismo”, notadamente em praça pública, em grandes eventos ou no meio da rua, basta entregar um folheto evangelístico que tudo se resolve. Basta um sorriso bonito, cativante, por vezes para disfarçar o medo de uma possível confrontação, que a obra do Senhor é feita.

Não quero chegar no mérito de que, estatisticamente, o método evangelístico de folhetos é um dos menos eficazes. Há quem já tenha se convertido, lendo um folheto? Com certeza; nosso Deus é poderoso para fazer maravilhas, e suscitar convertidos dos modos mais criativos possíveis e inimagináveis. O objetivo desse estudo é levar você, leitor, a uma reflexão sobre o nosso papel como evangelistas, mensageiros do Reino de Deus, numa sociedade cada vez mais corrompida.

Há uma grande diferença entre os sentidos, que nos permitem entrar em contato com o mundo exterior. Dizem que “uma imagem vale mais do que mil palavras”. É verdade. Por vezes, um jeito de andar, de se expressar, que corretamente observado por alguém, podem falar muito mais do que meras palavras. Como que os jornalistas se apresentam na televisão? Com camisa regata, sem camisa, roupas destoantes? Nada disso. Há algo importante a se comunicar. A roupa tem de ser adequada ao momento. Da mesma maneira, um jornalista esportivo também não pode usar roupas sóbrias demais, por não transmitirem vida ao que lêem, ou na sua interatividade com o telespectador.

Da mesma maneira, na vida cristã, nossa “roupa” fala muito. Vertendo a uma linguagem sem rodeios: o nosso testemunho. O que vivemos corrobora o que falamos, ou talvez não. Falamos com a língua, mas nosso corpo, movimentos, olhares, falam até mais forte.

E qual a relação com os folhetos? E, principalmente, o presente estudo não tem por título “Você conhece as Quatro Leis Espirituais? – Um comentário”? O que há de errado com esse material?

O problema, insisto, não está na distribuição de folhetos. Nem na análise das Quatro Leis Espirituais (se bem que existem muitas mais). Está no modo de se passar esse material adiante, especialmente por aquele que, recentemente, ouviu falar de um Deus maravilhoso, que salva o pecador da perdição eterna.

Acontece que, por vezes, o que pauta é a necessidade do momento, da evangelização instantânea. Dói saber que existem pastores que conseguem “evangelizar”, racionalmente, uma pessoa em apenas dez minutos, e gabam-se disso, como se o Espírito Santo fosse limitado a atender prontamente às suas ordens humanas...

O que acontece com o crente? Aonde está o amor, a vida? Não diz a Bíblia “cri, por isso falei”? A mesma Palavra não nos exorta a testemunhar daquilo que temos visto e ouvido, mas também vivido?

Duro é saber que existem pessoas que se interessam em passar esses folhetos como se isso bastasse para a pessoa ser convertida ao Evangelho. Ou, então, abordar uma pessoa, pedir alguns minutos para explicar-lhe as quatro “leis” espirituais. Que adianta puramente tocar o intelecto, a razão da pessoa, falando-lhe para seguir determinados passos, a fim de que ela tenha pronta solução para os seus problemas?

A quem poderíamos comparar o crente, nessas horas, especialmente quando ele leva o folheto das “Quatro Leis Espirituais”? A uma vendedora de cosméticos, ou a um corretor de seguros, por exemplo. Tranqüilamente. Toca-se a racionalidade, pois o “doutrinador” tem apenas de ler o folheto, fazer o possível para manter a atenção dela e, após ilustrações de “trenzinhos” e termos evangélicos, praticamente forçá-la a “tomar uma decisão”, ainda pressionando-a de que aquela pode ser sua última oportunidade de “aceitar” a Cristo – como se dependesse dela tal coisa. Proposta irrecusável? Claro! Sendo coagido, quem não “aceitaria”?

Tenho em minhas mãos nesse momento um folheto dito “evangelístico”, que começa assim: “20000 GRAUS! E SEM UMA GOTA D’ÁGUA – O INFERNO DE FOGO – ALMAS PERDIDAS E TORTURADAS QUEIMANDO PARA SEMPRE!” (maiúsculas conforme o original). Detalhe: a capa mostra pessoas apavoradas queimando em meio às chamas e a suposta figura do diabo, exibindo satisfação... Há diversas palavras e trechos em negrito, como “inferno”, “inferno de fogo”, versículos fora de contexto (parábola do rico e Lázaro, que fala obediência aos mandamentos divinos, não de condenação eterna), passagens como Mateus 25:41b, que no original exorta à vigilância, mas que é reproduzido em letras garrafais: “... apartai-vos de mim, malditos...”. Tudo isso para a pessoa, sob pressão, sob ameaça de ir para o “inferno de fogo”, confessar numa simples oração de que quer a salvação (“faça agora mesmo uma escolha eterna”).

Quando achei esse folheto “evangelístico” na rua, fiquei assustado. Não por falta de segurança de salvação, pois tenho certeza de que Cristo um dia me salvou, mas pelo modo nada amistoso pelo qual a mensagem foi passada. Aonde está o amor aos perdidos, com folhetos violentos como esse? Ou com um material, que me obriga a seguir leis para me submeter a outras leis, só que espirituais? Por que transmitir a mensagem do Evangelho agredindo a quem já está, em tese, condenado à perdição eterna? O incrédulo funciona “pegando no tranco”?

Quanta falta de amor e compaixão pelas pessoas! O crente não tem tido misericórdia dos perdidos! Trata-os como pessoas ímpias, desonestas, abomináveis, e se esquece que ele próprio já foi um perdido, e que a diferença reside apenas na presença do Espírito Santo, concedido a todo aquele que crê em Jesus. O crente que toma essas atitudes busca se justificar de que modo? Dizendo ao mundo que é perfeito, que nem lhe passa pela cabeça pecar, que é santo, íntegro, bondoso e amoroso? E quanto a aceitar o indivíduo como ele é, com suas fraquezas, impurezas, feridas que o pecado lhe causou até agora?

Às vezes chego a não valorizar tanto o nosso acesso à palavra escrita. Na época de Jesus e dos apóstolos, as pessoas viam o amor deles. Sentiam a presença de Deus, resgatando os seus eleitos e amados. A comunicação de vida era mais intensa, presente. O evangelismo considerava mais a pessoa do que as estratégias. Fazia-se mais amizade, havia mais proximidade, não o despejar na pessoa um amontoado de frases feitas, versículos fora do contexto, chamando à autoridade as Escrituras de um modo violento, mecânico e fatalista, regido por “passos e etapas”.

Uma vida é transformada por algumas palavras de coação? Basta eu então falar para a pessoa repetir uma oração comigo para que ela venha a crer em Cristo? O pior é, depois desse espetáculo todo, deixá-la à vontade para, se quiser, congregar-se, ler a Bíblia, sem qualquer acompanhamento. Se não fizer isso, é sinal de que não “aceitou” mesmo a Jesus, e por isso não devemos perder tempo, pois há “muito território para conquistar para o Reino de Deus na Terra”.

O confessar a Cristo é algo coercitivo, ou algo que brota de um coração regenerado? Pior é passar por cima da soberania divina, usando estratégias violentas como essas, para obrigar a pessoa a “fazer uma escolha eterna” e, se não o for pelo método indutivo-racional, o será por coação moral irresistível.

Como está o coração do leitor nesse momento? O meu está doído, machucado, indignado com tamanha frieza pelo Evangelho. Acredito que os opositores às idéias aqui esboçadas deveriam rever seus padrões de amor ao Senhor, à sua Palavra e aos perdidos, e seguir o conselho do Espírito à igreja de Éfeso (Apocalipse 2:4-5), e voltar ao primeiro amor.

Aonde está a vida do anunciante do Evangelho? O contato íntimo, de quem conhece os problemas do indivíduo, as fraquezas, as necessidades mais latentes da alma, do coração?

Que possamos nos compadecer das pessoas, amarmos de verdade aquele que está perecendo, e ao invés de ameaçarmos e falarmos de quatro leis espirituais, possamos exercitar aquele que é o maior mandamento, acima de qualquer lei: “ama o teu próximo como a ti mesmo” (Marcos 12:31).

Deus nos quer por inteiro, não apenas no exercício da nossa racionalidade.


Autor: Cleber Olympio
Fonte: Militar Cristão
Via: Bereianos


O sermão abaixo foi retirado do CD "Back Again" da banda cristã de new metal Disciple. Já postamos há algum tempo atrás a tradução de uma música da banda e uma breve descrição sobre ela aqui. Confira o sermão abaixo:

É tão fácil para nós as vezes pensarmos que nós pecamos demais para ser perdoado. É muito fácil para nós olhar para os pecados que cometemos e dizer: 'Não há a possibilidade de existir um Deus que me perdoará dos pecados que eu tenho cometido na minha vida. Eles são muito maus, muito horriveis. Se Ele é um Deus de amor ele não pode me perdoar dessas coisas que eu tenho feito.'

Bem, nós podemos ler na Bíblia sobre como Deus simplesmente ama tomar pecadores e mudar suas vidas. Ama tomar pessoas sem esperanças, tomar pessoas que fizeram coisas horríveis em suas vidas e mudá-las para a glória de Deus. Ele tomou um enganador como Jacó, fez a promessa de que o Messias viria através dele. Ele tomou um assassino como Moisés para liderar o povo de Israel para fora do Egito. Ele tomou uma prostituta como Raabe, para ajudar Josué a sair da cidade. Ele tomou um adúltero como Davi e fez dele o rei de Israel. Ele tomou alguém que negou o Filho de Deus face a face como Pedro, para pregar o evangelho de Jesus Cristo no dia de Pentecostes e ganhou milhares para o Senhor. Ele tomou um assassino de cristãos como Paulo, e mudou sua vida, para pregar o evangelho de Jesus Cristo para os gentios.

Dois mil anos atrás quando Jesus estendeu suas mão naquela cruz, Ele estava morrendo pelo mundo. A Bíblia diz que Ele amou o mundo tanto; que Deus deu seu único filho e Jesus disse isso sobre ele mesmo, Ele disse: 'Assim como Moisés levantou a serpente no deserto, da mesma maneira o Filho do Homem precisa ser levantado e qualquer que seja que acreditar nEle não perecerá mas terá a vida eterna." Jesus se tornou essa serpente quando ele foi pendurado naquela cruz. Ele se tornou essa serpente porque o pecado de cada assassino estava sobre Ele. Os pecados de cada estuprador estava sobre Ele. Os pecados de cada aborto estava sobre Ele. Os pecados de cada ladrão, cada mentiroso, cada idólatra, criança rebelde e pai infiel e casamento infiel estava sobre Ele. Os pecados de cada molestador de crianças estava sobre o Filho de Deus naquele dia. Os pecados de cada pensamento ambicioso e cada perversão sexual e cada palavra onfensiva que algum dia tenha sido dita e que feriu alguém estava no Cordeiro de Deus naquele dia. O Cordeiro de Deus que nunca cometeu um pecado, as mãos que nunca fizeram algo errado estavam estendidas e perfuradas por nós naquele dia.

Hoje se você não conhece a Jesus eu quero que você saiba que Ele morreu naquela cruz dois mil anos atrás, que ele fez isso por amor a você, que ele pode perdoar seus pecados hoje. A Bíblia diz em Romanos 5:8 que Ele demonstrou seu amor por nós e que ainda sendo nós pecadores Cristo morreu por nós. Se você não conhece a Jesus, Ele quer chegar até sua vida, Ele quer mudar você. Se você fez coisas as quais você pensa que ninguém poderia te perdoar, Jesus está abrindo o presente da vida eterna e Ele o está estendendo para você hoje. E Ele está dizendo 'Você vai simplesmente pegar esse presente?'. Se você não conhece a Jesus por que você simplesmente não faz essa oração comigo agora mesmo? Para aceitar Jesus em sua vida apenas diga:

'Pai Celestial, eu acredito que Jesus veio e morreu por mim. Eu sei que Ele é o Filho de Deus. E quero que ele seja meu redentor. Meu Deus! Meu Senhor! Meu Salvador! Perdoe-me dos meus pecados, lave-me no sangue de Jesus. Faça de mim uma nova criatura em Jesus Cristo, mude minha vida oh Deus! Mude meu coração e mude minha mente! Use-me para ser uma testemunha para esse mundo. Faça me um discípulo de Jesus Cristo. Deus, me salve! No nome de Jesus eu oro, Amém!'
Se você fez essa oração comigo hoje, eu quero somente te encorajar a começar sua caminhada com Jesus Cristo e nunca mais voltar atrás.

Autor: Kevin Young (Disciple)
Tradução: William Ramos