Vontade: é a causa imediata de todas as ações. É a faculdade de escolha. Em cada ato da vontade existe uma preferência. Quando não há preferência (mas indiferença), então não pode haver volição. Querer é escolher, e escolher é decidir entre alternativas. Mas há algo que influencia a escolha, algo que determina a decisão.

Se "algo" induz a vontade a fazer uma escolha, então esse "algo" tem de ser o agente causal. Quando a vontade "escolhe", ela leva em conta certas considerações, influências. Então, a volição nada mais é do que o efeito dessas considerações/influências.

Se a vontade é "serva" de tais considerações/influências, já não é soberana. E se não é soberana, não podemos atribuir "liberdade" absoluta e nem relativa. Os atos da vontade não podem se auto-produzirem. Não podem se produzir por si mesmos. Caso contrário, estaríamos assumindo um efeito sem causa

Sempre há algo que leva a vontade a fazer uma escolha. Sendo a vontade determinada, quem a determina? O que determina a vontade é uma poderosa força motivadora que se faz sentir sobre ela. Que motivação é essa? Ora, podem ser várias: a lógica do raciocínio, o impulso das emoções, a voz da consciência, o sussurro do tentador, o poder do Espírito Santo. Então, será a maior influência que impulsionará a vontade a agir. Portanto, nós sempre agimos influenciados ou pelo mundo, ou pela carne, ou pelo diabo, ou por Senhor Deus.

Se negarmos a causalidade, então assumiremos que a vontade é indeterminada. Sendo indeterminada, o que faz ela determinar uma ação? Como pode uma vontade ser espontânea começar uma ação? Se a vontade é neutra e não predeterminada para agir de um modo ou de outro, então o que faz com que ela aja? Se a vontade parte do neutro, como pode ela sair desse ponto morto? Se insistirmos que a vontade age livremente, mesmo com considerações/influências, então porque as considerações/influências são ainda necessárias? Seria melhor deixar a vontade autônoma decidir por si mesma, sem ser influenciado por alguém.

A vontade pode agir de modo totalmente livre ao dar expressão ao caráter interior. Ela é livre na medida em que ela expressa livremente nossa natureza sem ser autônoma. A vontade age de acordo com nossa personalidade. A vontade nunca é forçada a agir contra sua propria natureza. A isso chamamos de livre agência, a vontade externando quem nós somos. Ela jamais externaria algo que fosse estranho à nossa natureza.

Ora, a Bíblia nos informa que o coração é o centro dominante do ser. "Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o coração, porque dele procedem as fontes da vida" (Pv 4.23). "Porque de dentro, do coração dos homens, é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios..." (Mc 7.21). Ora, os atos pecaminosos dos homens têm origem, não na vontade, mas no coração. Quando a vontade age, ela age por uma determinação. Neste caso, quem a determina é o coração. Logo, a vontade sendo serva do coração, jamais agirá diferente.

Falamos do "coração" como o âmago do ser humano. Isso tem a ver com o caráter do homem. O caráter do homem determina sua vontade. Imaginemos um pecador. Diante dele colocamos uma vida de piedade e uma vida de prazeres pecaminosos. Qual das alternativas ele escolherá? Respondo, a segunda. Ele a escolheu porque quis escolher ou foi influenciado? Se respondermos a primeira opção, então assumirem que ele igualmente poderia ter escolhido a segunda. Aí temos um problema: o pecador pode escolher ter uma vida de piedade? A Bíblia diz que não há quem faça o bem, nem um sequer!

Concluo esta parte dizendo que a vontade do homem age de acordo com a influência mais forte do momento. Ele não pode agir diferentemente.


Fonte: Blog dos Eleitos


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